"Living Eyes" foi lançado em outubro de 1981, pelo selo RSO Records. Não fez o sucesso esperado em comparação aos discos anteriores, mas é considerado com um dos melhores trabalhos dos irmãos Barry, Robin e Maurice Gibb. O álbum traz composições bem elaboradas, arranjos bem elaborados e uma influência de estilos mais variada, indo mais pro Rock e flertando com o Wave, fugindo um pouco do estilo "Disco" com o qual se consagraram na década de 70.
Os irmãos vinham de um disco muito bem sucedido, "Spirits Having Flown" (RSO, 1979). Além disso, Barry produziu o álbum "Guilty" (Columbia, 1980) para Barbra Streissand além de ter feito o dueto da música com ela. Isso pode ter contribuido para o desgaste da imagem do trio, que estava sendo bastante explorada nas rádios, emissoras de TV e turnês mundiais.
O álbum começou a ser planejado em outubro de 1980, vindo a ser gravado a partir de fevereiro de 1981. Os bastidores forma muito conturbados. A começar: Alan Kendall (guitarrista), Blue Weaver e Dennis Bryon (bateria) saíram após as primeiras sessões. Os músicos abandonaram o grupo e as gravações devido a preferência em usar novos instrumentos eletrônicos, ao invés dos músicos. Em seguida, a RSO (de Robert Stigwood) não estava mais promovendo os seus produtos e cortou a produção no meio do ano, reduzindo o quadro de funcionários de 60 pra 12 pessoas. Pra piorar, os Bee Gees entraram com um processo contra o empresário, o que fortaleceu o clima tenso que pairava no ar e prejudicou a divulgação do disco. Além disso, havia o perfeccionismo incessante de Barry, que causou desconforto nas gravações. É preciso lembrar que Barry e Maurice fizeram os arranjos do disco.
Apesar dos problemas, "Living Eyes" representa uma nova perspectiva da obra dos irmãos Gibb, mesmo representando um fiasco na carreira do trio. Aqui, os falsetes de Barry são deixados um pouco de lado - a única exceção foi a faixa "Soldiers". Eles apostaram em interpretações mais "naturais", mas sem deixar de lado o perfeccionismo que só eles apresentavam. Robin, que sempre se focou mais no canto do que Barry e Maurice, possui os seus momentos de destaque nas baladas "Don't Fall In Love With Me" e "I Still Love You". Maurice mostra o seu talento de voz principal em "Wildflower", na qual também toca violão e faz o arranjo. A Barry Gibb, por exemplo, ficou sob a sua responsabilidade a voz principal em "He's a Liar", que foi lançada como single de prenúncio em setembro de 1981 contendo a gravação original e uma versão instrumental. "He's a Liar" também foi a única faixa do álbum a ganhar um video-clipe.
"Living Eyes" também foi o primeiro trabalho dos Bee Gees a serem editados em "Compact-Disc". Primeiro, foi lançado o CD como objeto de demonstração, sendo exibido no programa "Tomorrow’s World", da BBC. O CD comercial foi lançado em 1983, pela PolyGram. É uma pensa que o público não entendeu muito bem a proposta de "Living Eyes", a qual nem os próprios Bee Gees souberam discernir o necessário. O álbum foi um divisor de águas na carreira dos Bee Gees, só que mais no lado negativo que positivo. Atingiu o 45ª lugar nas paradas dos Estados Unidos. Apenas no Japão que o álbum teve uma maior recepção. Infelizmente, a partir daí, a carreira dos Bee Gees jamais foi a mesma.
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